“Ser catequista é fazer “arder o coração”, como, felizmente, aconteceu com os dois discípulos de Emaús, quando Jesus lhes explicava as Escrituras” Lc 24,32
“Eu também fui conquistado por Jesus Cristo” Fl 3,12
Entrar na Intimidade de Deus
Olhos de esperança
Deus ainda meouve
“Quando ninguém mais me escuta, Deus ainda me ouve.
Quando já não posso falar com ninguém, nem invocar mais ninguém,
a Deus sempre posso falar. Se não há mais ninguém que me possa ajudar,
por tratar-se de uma necessidade ou de uma expectativa
que supera a capacidade humana de esperar,
Ele pode ajudar-me. Se me encontro confinado numa extrema solidão,
Deus ainda me ouve. O orante jamais está totalmente só...”
Vocação - Video
A igreja sem jovens
Ser catequista II
“O Senhor transformou minha maneira de valorar as coisas”
As pérolas de ontem, diante de Cristo são insignificantes.
Ele é a pérola de maior valor, a luz de intenso brilho; nossa razão de viver”
“Tu me seduziste, Senhor, e eu me deixei seduzir.
Foste mais forte do que eu e venceste” Jr 20,7
A verdadeira Sabedoria
Viverr a paternidade de Deus
Pai e filha
meu filho deus que lhe proteja
Salmo 27,10
Viver
Viver a experiência da paternidade de Deus
Só quem se deixou e se deixa evangelizar, só quem é capaz de se deixar renovar espiritualmente pelo encontro e pela comunhão de vida com Jesus Cristo, pode evangelizar
Pai com menina
A Palavra se fez Sacramento
“Fé: o encontro e a comunhão com o Cristo”
“Fé: o encontro e a comunhão com Cristo!”
“É preciso estimular a fé, e fortalecer a confiança na descoberta da
providência divina na vida cotidiana, a fidelidade à vontade de Deus”.
Estimular a fé
“Há um Ser, muito mais sublime do que o nosso espírito e a nossa razão. Ele é a própria Verdade”
“Há um Ser, muito mais sublime do que o nosso espírito e a nossa razão.
Ele está diante de ti: é a própria Verdade”
*Santo Agostinho - O Livre-Arbítrio II,13,35*
Imagem Oração da manhã
Pela manhã te buscarei
Reze Comigo Oração da manhã
Reze Comigo
Oração da Manhã
"Senhor, no silêncio deste dia que amanhece, venho pedir-Te força, sabedoria, paz. Quero olhar hoje o mundo com olhos cheios de amor; ser paciente, compreensivo, justo, equilibrado; quero ver, além das aparências Teus filhos, como Tu os vês, e assim só ver o bem em cada um. Cerra meus ouvidos a toda a calúnia, guarda minha língua de toda a maldade. Que só de concórdia viva o meu espírito. Seja eu tão bom e alegre que todos quantos se achegarem a mim sintam a Tua presença. Reveste-me interiormente de Tua beleza Senhor,
e no decurso deste dia eu Te revele a todos”
Oração
Que o Senhor esteja a tua Frente para te Conduzir...
Ao seu Lado para te Acompanhar...
Dentro de Ti para te Iluminar...
Atrás de Ti para te Proteger...
Sobre Ti para te Abençoar...
Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo
Amém, Amém, Amém!
Foto concíllio
Concilio Vaticano II Parte I
2012: 50 ANOS DO VATICANO II
“Quem deseja a felicidade de alguém deve ajudá-lo a ser feliz!”
Para nossa Igreja, 2012 é ano jubilar: nele se celebram 50 anos da abertura do maior acontecimento eclesial do século XX, o Concílio Ecumênico Vaticano II, inaugurado em 11/10/1962 pelo papa João XXIII e encerrado em 08/12/1965 pelo papa Paulo VI.
Saiam de suas comunidades
Concilio Vaticano II Parte 2
Na primeira sessão, o papa João XXIII condensou o espírito do concílio nesta declaração:” Sempre a Igreja se opôs aos erros; muitas vezes até os condenou com maior severidade. Nos nossos dias, porém, a Esposa de Cristo prefere usar mais o remédio da misericórdia que o da severidade”.
“Está claro que a prioridade do Vaticano II não foi doutrinária,
mas preferencialmente pastoral”
Aggiornamento, isto é, atualização, foi a palavra-chave e fundamental do concílio. Dom Benedito Beni dos Santos cita como objetivos do Vaticano II: apresentar uma noção clara da Igreja, renová-la, restaurar a unidade dos cristãos e tratar de presença da Igreja no mundo. Acerca desta última meta, dom Aloísio Lorscheider assim se pronunciou: “A inserção no mundo não é para dominá-lo, mas para servi-lo. O que nos aproxima do mundo não é a busca de privilégios ou do poder, mas o zelo apostólico que deseja ver a todos saudáveis no corpo e na alma. “Trata-se de esquecer a si mesmo para tornar felizes os outros”.
O inesquecível beato papa João XXIII teve a coragem e a esperança de iniciá-lo. Cabe-nos continuar o aggiornamento da Igreja na realidade do terceiro milênio.
O fenômeno religioso é complexo
“O fenômeno religioso é complexo
e são muitos os caminhos pelos quais os humanos se orientam para Deus”
* MEDELLÍN – 1968 *
Ladainha de todos os Santos
A verdadeira felicidade está na vida eterna
A verdadeira felicidade está na vida eterna,
e somente Deus nos poderá conceder
"Ele é a plenitude de todo ser.
É somente em Cristo que o homem encontra sua alegria perfeita"
Verbum Domini
“Não podemos anunciar a palavra de Deus sem tê-la meditado no silêncio da alma”
“Deus nos fala por meio da Bíblia que é a maneira mais direta para ouvirmos a Ele”
“A Verdade imutável de Deus, nos fala de modo inefável”
“A Verdade imutável de Deus, nos fala de modo inefável”
Nada te perturbe,
nada te amedronte.
Tudo passa,
a paciência tudo alcança.
A quem tem Deus nada falta.
Só Deus basta!
"Bendito sejais para sempre, porque, mesmo quando Vos deixei,
Vós não vos afastastes de mim por inteiro,
Dando-me sempre a mão
Para que eu voltasse a me levantar;
Muitas vezes, Senhor, eu não a queria,
Nem procurava entender porque tantas vezes
Me chamáveis de novo". (Vida 6,9)
Santa Teresa de Jesus
Eternidade
Pomba
Recebei a Unção do Espírito Santo
Ó Pai, o Espírito Santo que de vós procede
ilumine nossas inteligências
para conduzi-las à plenitude da verdade,
segundo a promessa do vosso Filho.
Que convosco vive e reina,
na unidade do Espírito Santo
"Recebe, por este sinal, o Espírito Santo, o Dom de Deus"
Sabedoria, Entendimento, Fortaleza, Conselho, Ciência, Piedade, Temor de Deus
“Convertei-vos e crede no Evangelho”
Jesus
Não há evangelização verdadeira
“Não há evangelização verdadeira enquanto não se anunciar,
a vida, as promessas, o reino, o mistério de Jesus de Nazaré, Filho de Deus”EN 22
Santo Agostinho
Semem do Espírito Santo
Nenhuma cópula humana desvendou os segredos do útero virginal
“Nenhuma cópula humana desvendou os segredos do útero virginal, mas um sêmem imaculado foi depositado pelo Espírito Santo no útero inviolável.
O Senhor Jesus, o absolutamente santo entre os nascidos de mulher, é o único que, pela novidade do parto imaculado, não conheceu o contágio da corrupção terrena e o rechaçou com sua celestial majestade”
Santo Agostinho - Santo Ambrósio – A Graça I. pág. 316.
Terço
Mulher sábia
Em cada mulher
mulher
mulher
As quatro fases de uma espiritualidade
com a Palavra de Deus
“Leitura, Meditação, Oração, Contemplação”
“A sede de Deus e a sua procura na oração e contemplação, à imitação de Maria, que guardava em seu coração as palavras e os atos de seu Filho”
“Maria estrela da evangelização e virgem de pentecostes”
“Reze comigo contemplação de Maria”
“Salve Rainha, Mãe de misericórdia,
vida, doçura, esperança nossa, salve!
A vós bradamos, os degredados filhos de Eva.
A vós suspiramos, gemendo e chorando neste vale de lágrimas.
Eia, pois, advogada nossa, esses vossos olhos misericordiosos a nós volvei!
E depois deste desterro, mostrai-nos Jesus,
bendito fruto de vosso ventre, ó clemente,
ó piedosa, ó doce sempre Virgem Maria!
Rogais por nós, Santa Mãe de Deus!
Para que sejamos dignos das promessas de Cristo!”
Amém, Amém, Amém
“E o que há de mais imaculado e mais puro,
que o ventre da Virgem Maria”
Bendito seja Deus.
Bendito seja seu santo nome.
Bendito seja Jesus Cristo, verdadeiro Deus e verdadeiro homem.
Bendito seja o nome de Jesus.
Bendito seja o seu sacratíssimo Coração.
Bendito seja seu preciosíssimo Sangue.
Bendito seja Jesus Cristo no Santíssimo Sacramento do Altar.
Bendito seja o Espírito Santo, Paráclito.
Bendita seja a grande Mãe de Deus, Maria Santíssima.
Bendita seja a sua Gloriosa assunção.
Bendita seja a sua santa e Imaculada Conceição.
Bendito seja o nome de Maria, Virgem e Mãe.
Bendito seja São José, seu castíssimo esposo.
Bendito seja Deus nos seus anjos e nos seus santos.
Muito se fala hoje dos meios de comunicação principalmente os modernos, enriquecidos pelo sucesso das novas tecnologias. As redes sociais tecem as tribos e enlaçam cada vez mais pessoas que, além do “algo em comum”, estão relacionadas também pelo desejo de se comunicar. Elas conseguem obter no Brasil uma audiência mensal de 29 milhões de adeptos.
E por aqui, o que agora vem sendo notícia de jornal e meio eficaz para um sem número de grupos é o twitter. Depois te ter sido usado por políticos em outros países e, segundo alguns, ter ajudado até mesmo a conquistar mais eleitores, são vários aqui no Brasil que têm usado do microblogging para os mais diversos objetivos. Neste ponto considero que a idéia é boa porque assim os eleitores que os seguem podem ver a volubilidade também de suas idéias e decisões.
No twitter, que privilegiamos aqui neste artigo, você pode escolher “quem você quer seguir”. A variedade de meios não pode tirar do ser humano a sua capacidade de escolha e decisão. Como acontece nas relações interpessoais, mesmo nas redes sociais, você pode escolher de que grupo você quer participar, com quem quer conversar, sobre quais assuntos e de quem receber notícias. Embora o sucesso dessas novas redes seja a ilusão de não ficar sozinho, os amigos virtuais não deixam ninguém menos solitário e nem sempre nos ajudam em nossos dilemas. A superexposição não correspondente sempre à verdade de quem está por trás de uma foto e também não faz ninguém resolver os problemas interiores.
A Igreja em todas as partes do mundo tem lançado mão das redes e ferramentas, com suas opções aparentemente ilimitadas, que também podem ajudar a potencializar a rapidez e o alcance da mensagem do evangelho. São muitas as pessoas que através desses meios têm sido atingidas também pela religião. Por mais que assustem alguns, não há como não utilizar destes novos meios de comunicação. A Canção Nova faz isso. Estamos no twitter, podcast, blog, temos nossa rede no Gente de fé, estamos lançado o CN chama e uma gama de ferramentas que podem contribuir, e muito, na realização desta missão. A sua Rede de Rádio também está por aqui. O que é importante em tudo isso é não perdermos a capacidade de fazermos escolhas (e boas escolhas!) a partir das nossas reais necessidades! Somos uma opção e a nossa mensagem será sempre o Evangelho!
“Vem e segue-me” é a ordem de Cristo a cada um que tem a coragem de vê-Lo e se deixar seduzir por um olhar que, mais do que qualquer outro, nos faz sentir acolhidos, “em casa” e saber quem somos.
Escolher a quem quer seguir é também uma opção de quem está on-line !
Elane Gomes Membro da Comunidade Canção Nova Professora de Literatura e Língua Portuguesa
"Nós não sentimos necessidade de apoios e alianças, tendo em mãos, para nosso conforto, os livros sagrados" (1 Mac 12:9). Assim, em 154 a.C., em nome de toda a nação, da qual era chefe, escrevia Jônatas Macabeu ao rei de Esparta. Nessas suas palavras, já se apresenta o termo usual, o valor singular e o emprego prático da obra cuja versão apresentamos. Do termo: os livros - no texto grego um neutro plural tà biblía - em nossa língua, através do latim vulgar, formou-se o feminino singular: a Bíblia.
Outros sinônimos, encontramo-los freqüentemente na própria Bíblia: a Escritura ou as Escrituras, as santas Escrituras, e mais raramente, as sagradas Letras. A Bíblia, portanto, não é um livro só, mas muitos, uma coletânea, cuja unidade consiste no argumento comum e na origem sobre-humana.
É de "livros santos" que a Bíblia se compõe, porque dentro de sua grande variedade eles coincidem em tratar de religião, tendo um objetivo essencialmente religioso. Com mais razão ainda chamam-se "livros santos" ou "sagrados" porque, como ensina a fé, tanto judaica como cristã, não foram escritos por mero talento humano, mas sob a influência de inspiração divina especial.
É desta origem sobrenatural que a Bíblia recebe a sua dignidade de "livro por excelência," e o seu lugar único na vida dos povos que tiveram o primado na civilização. Ela é, com efeito, o fundamento e o alimento da fé para todos os povos cristãos, e nenhum outro livro no mundo pode ser a ela comparado, nem de longe, seja pelo número de tiragens de edições, quer manuscritas, quer impressas, seja pela influência sobre a vida individual e pública, sobre a literatura e as artes figurativas. Qualquer fiel sinceramente apegado. à sua religião tem-na, por assim dizer, constantemente em mão, como Jônatas o apontava, para nela encontrar conforto em todas as vicissitudes da vida.
A divina autoria da Bíblia
Espalham-se pelo mundo além muitos milhões de livros exarados em todas as línguas cultas. As livrarias e as bibliotecas estão cheias de obras literárias que o espírito humano não cessa de escrever e de editar.
Já antes que fosse inventada a arte de gravar na matéria pensamentos, e idéias, certas mentalidades mais argutas produziam lendas, narrativas, provérbios geralmente em forma poética e transmitiam a outros essas suas obras que eram divulgadas oralmente. Não poucas dessas obras lograram perpetuar-se na memória de muitas gerações até que afinal foram fixadas por escrito. Mas foi principalmente depois que os egípcios inventaram os seus hieróglifos e os suméricos a escritura cuneiforme que os livros começaram a multiplicarem-se prodigiosamente.
Quem escreve, tira algo de si mesmo e grava nas linhas que traça. O livro encerra em si e manifesta a alma do autor. Desta forma infelizmente, uma boa parte dos escritos humanos apresenta a triste senha da natureza corrompida dos mortais: o erro, delimitações mentais, desejos e planos egoístas e inconfessáveis...
Mas há também outros muitos livros que se avantajam incontestavelmente pela profunda erudição e pela admirável prudência de seus autores. São obras que de si irradiam esplendores da verdade e os mais sábios conselhos para uma vida melhor.
Entretanto, mesmo neste último caso, trata-se sempre de lucubrações de mentalidades humanas que dificilmente conseguem desvencilhar-se um pouco das trevas que as envolvem.
Um único livro distingue-se de todos os outros pela autoria divina que reivindica para si: a Bíblia sagrada. Os judeus na antiguidade desde cerca de mil e quinhentos anos antes de Cristo e, em seguida, os cristãos aceitam e proclamam essa verdade: As Sagradas Escrituras procedem do próprio Deus.
Os ateus e os deistas que negam a interferência de Deus na evolução humana recebem este testemunho com desdém ou terminante recusa. Para eles a Bíblia é uma obra meramente humana, quiçá venerável pela antiguidade, mas saída da acanhada mentalidade judaica.
Felizes os que têm a dita da fé! Estes admitem e professam a divina autoria da Bíblia como um artigo do conteúdo da revelação. Sabem perfeitamente que foram homens que escreveram os vários livros de que ela se compõe, mas afirmam com absoluta certeza que esses mesmos homens, os chamados hagiógrafos pela graça da inspiração que receberam eram simples instrumentos humanos nas mãos de Deus.
Eis o que passamos a expor!
O Livro mais lido
Livro divino, já por este titulo a Bíblia deve ser considerada como o Livro-Rei entre todos os livros. Mas a primazia lhe toca também se atendermos à sua origem e à sua evolução pelo mundo através dos séculos.
Não foi num ano, nem num século que a Bíblia foi escrita. Desde Moisés, o seu primeiro autor, até São João evangelista decorreu um espaço de um milênio e meio. Com incrível tenacidade os hagiógrafos foram escrevendo as suas páginas muitas vezes nas circunstancias mais penosas.
A principio os seus primeiros livros permaneceram dentro dos acanhados limites da palestina. Escritos em hebraico eram acessíveis apenas aos poucos milhões de judeus que dominavam essa réstia de terra entre o mar Mediterrâneo e o Jordão.
Mas o seu destino era abarcar o mundo inteiro. Já cerca de duzentos anos antes de Cristo apareceu no Egito a primeira tradução do Livro inspirado para a língua grega então falada em toda a parte, a chamada Koiné. A Bíblia estava agora aberta aos olhos de todos os povos do mundo então conhecido.
Foi desse grego vulgar que a providencia se serviu para a divulgação da sua Palavra. Para essa língua foram vertidos nos séculos seguintes os outros livros da Antiga Lei inspirados pouco antes da era cristã. Os autores dos dois livros: o segundo dos Macabeus e a Sabedoria, embora judeus de origem, já se utilizaram mesmo do grego para escreverem as suas obras.
Quanto ao novo testamento é notório que só o Evangelho de São Mateus, todo ele foi exarado nessa mesma Koiné.
Os judeus e os cristãos não permaneceram na Palestina. Espalharam-se por todos os paises do mundo e consigo levaram o seu Livro sagrado. Os seus milhões de adeptos, mormente os cristãos puseram-se a ler e estudar com afinco as suas páginas sagradas.
Como é natural, embora conhecessem o grego, foram querendo possuir a Bíblia nas suas próprias línguas. Surgiram assim as traduções sírias e latinas: a chamada Pechito em sírio e as antigas Ítalas em latim, seguidas estas da tradução denominada Vulgata que se origina de São Jerônimo e perdura até a época presente.
Desde a Idade Media os muitos povos europeus que já mal compreendiam o latim, foram sentindo a necessidade de poderem ler a Bíblia em suas línguas maternas. Não tardaram as traduções que foram sendo feitas dos textos latinos. De lá até os nossos dias enumeram-se cerca de mil traduções da Bíblia para todas as línguas e dialetos conhecidos. Desta forma as Sagradas Escrituras são o livro mais vezes traduzido.
Igualmente elas têm sido o livro mais vezes editado. Na antiguidade antes que se conhecesse a arte tipográfica, milhares de pessoas davam-se ao trabalho de copia-las cuidadosamente. Ainda hoje existem nas bibliotecas e museus da Europa mais de mil e quinhentos manuscritos em grego e em latim. Depois de Gutenberg não tem numero as edições que em todas as nações se vão sucedendo anualmente umas às outras.
A ação destruidora dos tempos consumiu a grande maioria das obras literárias antigas. A Bíblia vem-lhe resistindo tenazmente. Ainda hoje cerca da metade dos homens, ou seja, um bilhão de pessoas a lêem e meditam com assiduidade e profundo respeito. As suas paginas sagradas continuam espargindo luz e conforto no meio da tremenda confusão da hora presente.
As comunicações
divinas em geral
A Bíblia é um livro de fé. Os seus autores humanos e os seus leitores são homens de vivas convicções religiosas que folgam em crer na existência de um Deus pessoal e nas comunicações que Ele prodigaliza às suas criaturas humanas enquanto vivem na terra.
Quem não pode elevar-se às alturas da fé, fechando-se nas suas concepções materialistas do universo, debalde o tomará em suas mãos. Falta-lhe a predisposição necessária para a sua compreensão. É essa virtude infusa da fé que nos introduz nos arcanos da Providência divina que, dando ao homem uma finalidade sobrenatural, com Ele se comunica para que mais facilmente a consiga.
Dentre as comunicações divinas distinguem-se as revelações em geral e a inspiração para escrever com a qual nos ocupamos aqui mais de perto. Quanto às primeiras escreve São Paulo aos Hebreus (1:1): "Outrora Deus falou muitas vezes e de muitos modos aos pais pelos profetas; ultimamente falou-nos pelo seu Filho." Com efeito, a própria Bíblia menciona não poucas revelações com as quais Deus agraciou determinadas pessoas, nomeadamente os patriarcas Abraão e Jacó, bem como os muitos profetas da Antiga Lei.
Essas comunicações Divinas consistiam na parte de quem as receberam em tantas percepções individuais e em fenômenos psíquicos que, salvo em casos excepcionais, não podiam ser observados por outras pessoas.
Por vezes Deus parece ter assumido uma forma humana para revelar-se aos homens. Assim a Adão no paraíso terrestre (Gen. 3:8) ou manifestando-se a Abraão (Gen. 19:1). De outras feitas ele atuou pela sua graça sobre os sentidos ou simplesmente sobre a fantasia dos seus agraciados, fazendo-os ver ou ouvir o que lhes queria comunicar. É também possível que a certos profetas Deus se tenha revelado apenas mediante uma íntima convicção de estarem recebendo as suas mensagens. Provavelmente é o que aconteceu quando os profetas declaram nos seus oráculos que falavam em nome de Deus: "Assim fala o Senhor Jave..."
A autenticidade dessas revelações era testemunhada pela extraordinária personalidade dos videntes. Outras vezes milagres e prodígios, bem como a realização de suas predições, credenciavam-nos aos olhos dos circunstantes.
A inspiração Bíblica
Especialíssima comunicação divina aos homens consiste na inspiração dos livros que compõe a Bíblia. Trata-se de um maravilhoso dom da Sabedoria e da Providencia de Deus que por esse meio quer se comunicar diretamente não só com alguns poucos eleitos seus, como eram os profetas, mas com todos aqueles que tem fé e procuram por Ele em seus anseios da salvação.
O conceito da inspiração bíblica deparasse-nos perfeitamente esclarecido tanto na própria Bíblia, como na tradição e nas declarações autenticas da Igreja. Nos Livros sagrados não são muitos os trechos que se referem à sua origem divina. Mas os dois seguintes versículos são suficientes para iniciar-nos na sua intima natureza.
O primeiro encontra-se na 2 Tim 5:16. Ensina ai São Paulo textualmente que "toda a escritura é divinamente inspirada." É de notar-se que o termo grego original theópneustos (de theós, Deus e pneumó, soprar) tem um sentido explicativo: um livro soprado ou inspirado por Deus. Para o Apóstolo os livros sagrados eram formados e repletos pelo espírito de Deus de modo análogo ao vidro que ao sair da fornalha se infla todo como um balão ao sopro que lhe é comunicado.
O segundo texto lê em 2 Pedro 1:20-21. Escreve São Pedro que "não foi pela vontade de algum homem que as profecias foram feitas; e sim pelo Espírito Santo foi que os homens de Deus falaram." Esta frase do Príncipe dos Apóstolos aparece-nos em conjunto com as suas reminiscências da visão do Tabor. Para ele a "palavra profética" ou todo o Antigo Testamento era um documento divino ainda mais "firme" da verdade que ele pregava do que os acontecimentos da "montanha santa."
Baseando-se nestes textos da Bíblia, os Escritos eclesiásticos que nos testemunham a tradição, atribuíram unanimemente os Livros sagrados a Deus mesmo. Os hagiógrafos foram apenas instrumentos nas suas mãos, a semelhança de uma flauta ou lira das quais um artista tira os acordes. De acordo com esta definição, como escreve J. Renié, "a inspiração pode ser considerada sob um tríplice aspecto: em Deus, como no seu autor; é a inspiração ativa; no homem que a recebe; é a inspiração passiva; e no livro, como no seu termo."
Considerada em Deus, a inspiração é uma operação comum às três divinas Pessoas, atribuída por apropriação ao Espírito. Essa ação é produzida num agente dotado de inteligência e de liberdade, como um concurso divino.O homem nenhum direito tem a esse concurso; o dom da inspiração é inteiramente gratuito e, como se diz em teologia, uma graça grátis data, que não visa diretamente a santificação de quem a recebe, mas o bem geral. Trata-se de uma graça eficaz que determina quem a recebe a seguir o seu impulso, sem, contudo tolher-lhe a liberdade e de caráter transitório, persistindo apenas a realização da obra inspirada.
Considerada no hagiógrafo, a graça da inspiração consegue um tríplice efeito: ilumina as faculdades intelectuais, move a vontade e assiste em geral todo homem na composição do livro a escrever.
Iluminando a mente do hagiógrafo, Deus nem sempre lhe sugere os pensamentos e idéias que devem entrar na composição da obra. A matéria que deve ser escrita pode ser adquirida por um esforço natural, como se depreende dos prólogos do Eclesiástico e de São Lucas. Contudo mesmo nesse caso a assistência divina o guia e esclarece. Mas nada impede que por vezes Deus tenha indicado ao hagiógrafo por especial revelação o que ele quer escrever, como certamente aconteceu quando os profetas escreviam os seus oráculos. Nestes casos coincidiam revelação e inspiração.
Pela iluminação divina a mente do hagiógrafo percebe melhor a verdade e o laço que liga várias verdades e consegue formar um juízo ainda mais seguro sobre pontos que já conhecia por uma particular penetração, uma clareza e uma certeza que entregue a si mesmo dificilmente chegaria a ter. Tais juízos tornam-se infalíveis.
Entretanto sob a influência desta iluminação, o hagiógrafo não se torna meramente passivo. Ele é sempre um instrumento humano. As idéias são moldadas à sua inteligência e expressas de acordo com o seu estilo próprio, como veremos adiante.
A graça da inspiração move a vontade do hagiógrafo e a determina a escrever. É por este impulso físico que Deus toma a si a iniciativa da obra a ser escrita e sobrenaturaliza a ação do hagiógrafo.Uma simples moção moral não bastaria para que Deus fosse realmente o autor do Livro inspirado. Ele o teria apenas sugerido.
Por fim a mesma graça que ilumina a inteligência e move a vontade do hagiógrafo, presta-lhe contínua assistência durante a elaboração do Livro pra que ele exprima de um modo fiel, embora particular seu, os conceitos formados na sua mente.
Considerada no livro escrito, a inspiração tem por efeito torna-lo a palavra autêntica de Deus com todas as conseqüências. Palavra infalível pela qual ele se comunica diretamente com os seus leitores que crêem e a ele se elevam por meio dessa leitura.
A atuação dos hagiógrafos
Sob o impulso da graça da inspiração o autor humano põe-se a escrever perfeitamente consciente da parte ativa que lhe toca na elaboração da obra.
Poderíamos questionar se ele teve sempre consciência de estar sendo inspirado por Deus. A resposta parece dever ser negativa. Consiste pois a inspiração numa moção do Espírito Santo; ora em geral nem sequer percebemos em nós mesmos o concurso divino. Entretanto, lendo os profetas, como Moisés e São João no apocalipse, temos a impressão de que esses homens de Deus tinham uma clara noção de estarem falando em nome de Deus.
Em todo caso, a sua contribuição para o Livro inspirado foi a de um simples instrumento, embora de um instrumento humano.
Deus não ditou ao hagiógrafo o que este devia escrever. Vejamos uma comparação. Para escrever tomo um lápis na mão. Ora quem é que escreve: Eu ou o lápis? Naturalmente o lápis segue apenas o impulso que minha mão lhe dá. O lápis por si não se movimenta, mas também a mão sem ele não pode traçar as letras. A mão é a responsável pela verdade expressa; o lápis influencia apenas na formação da escrita com a sua cor e propriedades.
Algo de semelhante dá-se quanto à inspiração da Bíblia. Deus é quem dá o impulso para escrever e portanto é o autor principal e responsável; o hagiógrafo contribui com a sua linguagem e fraseologia próprias. Assim falando-nos Deus por Isaias, utilizou-se do estilo sublime e grandíloquo deste grande poeta; nos oráculos de Amós, o pastor de Técua, exprimiu-se na rude linguagem de uma mentalidade pouco culta.
A Sabedoria divina quis comunicar-se aos homens de um modo inteiramente humano, condescendendo a falar-nos em nossa linguagem que nos fosse afeita e compreensível. Enaltece São João Crisóstomo essa Maravilhosa condescendência divina que se manifesta em toda Bíblia.
Com efeito, descobrimos nos vários Livros inspirados a maior diversidade de gêneros literários: a prosa e a poesia, livros fáceis e quase pueris, tratados complicadíssimos e profundos e descrições correntes e ao alcance de qualquer pessoa.
Escreveram os monges de Maredsous: "Folheai a vossa Bíblia e encontrareis":
oLivros históricos e verdadeiras crônicas, como os Livros dos Reis.
oColeções de leis, como no Êxodo e no Levítico.
oPoesias religiosas e cânticos litúrgicos, como nos salmos.
oNarrações romanceadas: em Tobias, Éster e Judite.
oDiálogos, como no Livro de Jô.
oTentames Filosóficos, como nos Livros sapienciais.
oCantos amorosos, como no Livro dos Cantares.
oPoemas éticos e patrióticos, como na historia de Sansão.
oOráculos proféticos, como em Isaias e demais profetas.
oLivros meramente históricos e doutrinais, como os Evangelhos.
oEscritos ascéticos e tratados de espiritualidade cristã, como nas Epistolas dos Apóstolos.
oEnfim o estilo apocalíptico que com chave de ouro fecha toda a Bíblia, como nas cisões de São João.
Ai temos uma biblioteca inteira! É sempre o mesmo Deus quem escreve, mas a sua Palavra transparece do estilo de cada autor por Ele inspirado.
Divisão e número de Livros.
Cânon
Com o nome de Bíblia, pois, compreendem-se os livros sagrados da religião cujo centro é Jesus Cristo. Partindo deste ponto de convergência, a Bíblia divide-se em duas séries desiguais, a primeira, anterior a Jesus Cristo, a segunda, posterior. A primeira chama-se Antigo Testamento, a segunda Novo Testamento, conceito e vocábulo esses tomados da própria Bíblia.
O Antigo Testamento consta dos livros seguintes, comumente agrupados em quatro classes:
·Pentateuco ou cinco livros de Moisés: Gênesis, Êxodo, Levítico, Números, Deuteronômio.
·Livros didáticos ou poéticos: Jó, Salmos, Provérbios, Eclesiastes, Cântico dos Cânticos, Sabedoria, Eclesiástico (ou Sabedoria de Jesus, filho de Sirac).
No Novo Testamento, o primeiro e mais conspícuo lugar compete aos quatro Evangelhos: segundo Mateus, Marcos, Lucas, João. Seguem-se: um livro histórico, os Atos dos Apóstolos; catorze epístolas de S. Paulo: aos Romanos, duas aos Coríntios, aos Gálatas, aos Efésios, aos Filipenses, aos Colossenses, duas aos Tessalonicenses, duas a Timóteo, uma a Tito, a Filêmon, aos Hebreus; sete epístolas chamadas católicas, ou canônicas: uma de Tiago, duas de Pedro, três de João, uma de Judas; finalmente, um livro profético, o Apocalipse.
O elenco oficial dos livros sagrados chama-se cânon, no sentido de norma. Expusemos aqui o cânon católico, formado já no séc. IV nas cartas pontifícias e nos concílios provinciais da África. Para a integridade do cânon não importa a ordem dos livros, porque, exceto o primeiro lugar reservado constantemente, no Antigo Testamento, ao Pentateuco e no Novo, aos Evangelhos, no restante diferem muito entre si os manuscritos, os autores, os catálogos oficiais de igrejas e de seitas. Os livros históricos mais extensos do Antigo Testamento, Samuel-Reis e Crônicas, na antiqüíssima versão grega (dos LXX, veja abaixo), por razões práticas foram divididos em dois; além disso, considerando Samuel e Reis como uma obra só, chegou-se a contar 4 livros dos Reis e dois das Crônicas, costume esse que se estendeu aos latinos e dura ainda em parte entre nós. No texto hebraico, adotada semelhante divisão, conhecem-se dois livros de Samuel, dois dos Reis, dois das Crônicas. Esdras e Neemias são chamados também de primeiro e, segundo de Esdras. Também dos Macabeus contam-se dois livros, que na realidade são duas obras perfeitamente distintas. Na Vulgata, a Carta de Jeremias constitui o último cap. (6°) de Baruc. Tudo bens calculado, o Antigo Testamento consta de quarenta e seis livros, o Novo, de vinte e sete.
Por razões igualmente práticas, desde os primeiros séculos da nossa era, cada livro foi dividido em seções de várias extensões, conforme sistemas bastante diversos para lugares e épocas. Para eliminar os inconvenientes dessas antigas divisões e facilitar o estudo uniforme, no início do séc. XIII, na Universidade de Paris, Estêvão Langton introduziu a divisão em capítulos de extensão mediana, que depois, pela sua utilidade prática, propagou-se em todas as escolas e em todas as edições, e é ainda hoje de uso universal, agora insubstituível.
Mais tarde, no séc. XVI, os mesmos capítulos foram divididos em versículos numerados (por Sante Pagnini, para o Antigo Testamento [1528], por Roberto Estêvão, para o Novo [1550]), tendo sido também essa numeração, pela comodidade das citações, aceita logo e perdura até agora em toda parte. Entende-se, entretanto, que essas divisões são apenas de valor prático, não científico.
A inerrância
dos Livros Inspirados
Imediata e necessária conseqüência da inspiração da Bíblia é a sua absoluta inerrância ou infalibilidade. Jamais poderíamos compreender ou admitir que um Livro, escrito pela absoluta Verdade que é Deus, possa conter a mais leve inverdade naquilo que ensina, ou uma verdadeira contradição, ou ainda um engano propriamente dito.
A inerrância das escrituras foi sempre mantida por toda a tradição cristã consoante a palavra do divino Mestre: "A Escritura não pode ser posta em duvida" (Jô 10:35).
Todo aquele que crê, deve fazer suas as conhecidas palavras de Santo Agostinho quando escrevia a São Jerônimo: "Confesso a vossa caridade que aprendi a só conceder aos Livros da Escritura que chamamos canônicos a reverencia e a honra de crer firmemente que nenhum dos seus autores (humanos) pôde escrever erro algum. E se eu achasse nessas santas Letras alguma passagem que me parecesse contraria à verdade não hesitaria em afirmar ou que o manuscrito é defeituoso, ou que o interprete (ou tradutor) não seguiu exatamente o texto, ou que eu não compreendo bem."
Os problemas concernentes à inerrância das Escrituras podem e devem ser considerados como a questão bíblica por excelência. Está tão intimamente ligada com a inspiração que da sua solução depende a nossa certeza da própria inspiração divina de um livro.
Entretanto não poucas dificuldades parecem à primeira vista opor-se a esta verdade. Originam-se elas:
De certas afirmações dos hagiógrafos quanto às ciências naturais. Os conceitos da ciência cosmológica, geológica, biológica têm progredido imensamente no decorrer do tempo e forçosamente divergem dos que estavam em voga nos tempos bíblicos. Assim vigorava antigamente a idéia da centricidade da terra relativamente aos astros do céu, inclusive o sol, era natural que os homens se exprimissem deste modo. Entretanto os hagiógrafos, acomodando-se as expressões comuns então, nada afirmam positivamente a esse respeito. Falam apenas de acordo com as aparências.
Quanto aos fatos históricos, não são poucos os textos sacros de difícil explicação. Autores tem havido de incontestável competência que nos últimos decênios opinaram que também neste ponto os escritores sacros se possam ter acomodado ao que chamaram "aparências históricas." Como é natural, a Igreja reprovou semelhante subterfúgio para explicar as dificuldades desta ordem. A historia está tão intimamente ligada com os dogmas da economia divina da salvação dos homens que a sua veracidade se torna imprescindível para a afirmação dos mesmos dogmas.
Nas duvidas de caráter histórico toca ao exegeta estudar mais detalhadamente os fatos sobre todos os aspectos possíveis. É incontestável que as ultimas descobertas no Egito e na Mesopotâmia tem projetado muita luz em pontos controvertidos e o resultado tem sido que todas elas convergem para demonstrar a verdade histórica da Bíblia.
Outras dificuldades muitas encontram a sua plena solução no detido estudo do estilo próprio dos autores orientais e semíticos. Foi a errônea interpretação deste estilo popular, figurado, alegórico que introduziu problemas onde na realidade não havia.
Línguas orientais
e cânones diversos
O Novo Testamento inteiro foi escrito em grego; só o Evangelho de Mateus, conforme testemunhos de antigos, teve uma primeira redação em aramaico, a qual, porém, se perdeu sem deixar vestígios; em lugar dela temos uma tradução, ou melhor, uma redação grega.
Quanto ao Antigo Testamento, temos três idiomas originais. A maior parte foi escrita e chegou até nós em língua hebraica. Alguns capítulos dos livros de Esdras e de Daniel, e um versículo de Jeremias, estão em aramaico, que foi o idioma falado na Palestina depois do exílio babilônico (séc. VI a.C.). Dois livros, o segundo dos Macabeus e a Sabedoria, foram escritos originariamente em grego. Dos livros de Judite, Tobias, Baruc, Eclesiástico e parte também de Daniel e Ester, perdeu-se, como no caso do Evangelho de Mateus, o texto original, hebraico ou aramaico, sendo substituído pela versão grega.
Essas diferenças lingüísticas não deixaram de exercer a sua influência sobre a extensão do cânon dos livros sagrados. Enquanto os judeus disseminados no mundo greco-romano não tinham dificuldades em introduzir os livros redigidos em grego, os judeus da Palestina não queriam conformar-se, com isso. Além disso, foi-se formando entre eles a opinião de que, depois de Esdras (séc. V a.C.), faltando ou sendo incerto o dom profético (veja 1 Mac 4:46; 14:41), nem sequer admitiam pudessem ser escritos livros inspirados por Deus. Por, isso, quando nos fins do séc. I d.C., os doutores da Sinagoga fixaram o cânon das Sagradas Escrituras, foram excluídos até os livros escritos em hebraico depois daquela época, como o Eclesiástico. Daí resultou um cânon hebraico em que faltam sete livros: Tobias, Judite, os dois dos Macabeus, Sabedoria, Eclesiástico, Baruc e a Carta de Jeremias, e mais algumas partes de Ester e de Daniel.
O veredito dos doutores hebreus não deixou de repercutir na Igreja cristã. Enquanto no uso comum se difundia o cânon mais pleno, concretizado na versão dos LXX, empregada e recomendada pelos apóstolos, alguns escritores (Melitão de Sardes, Sto. Atanásio de Alexandria, S. Gregório de Nazianzo, entre os gregos; Sto. Hilário de Poitiers, Rufino de Aquiléia e principalmente S. Jerônimo, entre os latinos) adotaram o cânon mais restrito dos hebreus, e, devido à autoridade desses antigos doutores cristãos.
No entanto, em virtude de tais vozes discordantes da crença comum, chegou-se a fazer distinção entre "livros reconhecidos" (homologúmenos), admitidos por todos (os do cânon hebraico), e "livros controversos" (antilogúmenos), não admitidos por todos, os oito acima enumerados, constantes do cânon cristão. Na terminologia moderna, os primeiros se chamam protocanônicos, os segundos deuterocanônicos, ou seja, canônicos de primeira e de, segunda época, à medida que a unanimidade a seu respeito foi alcançada logo no começo ou só mais tarde. Entende-se, porém, que, com esses vocábulos, não se queria distinguir o valor ou a autoridade das duas categorias de livros, e sim lembrar somente um fato histórico e servir para maior brevidade e clareza no tratamento destas matérias. Analogamente, no Novo Testamento, por outras razões, porém, alguns livros nem sempre foram admitidos, e nem em todas as Igrejas, entre as divinas Escrituras; tais como a Epístola aos Hebreus, a de Tiago, a segunda de Pedro, a segunda e terceira de João, a de Judas e o Apocalipse; aos quais, por isso, também se aplicou a designação de deuterocanônicos, no sentido explicado.
Tudo o que foi dito até aqui vale para os autores católicos. Compreende-se que os hebreus rejeitem, em sua totalidade, o Novo Testamento, além dos deuterocanônicos do Antigo. Os protestantes ocupam uma posição de meio termo. No Novo Testamento, depois das primeiras incertezas de seus fundadores admitiram integralmente e sem distinção o Cânon católico. No Antigo Testamento, ao invés, seguindo o cânon mais restrito dos hebreus, rejeitam, como fora da série dos livros sagrados, sob o nome de "apócrifos," os que nós chamamos deuterocanônicos.
Para os Ortodoxos, os apócrifos são certos livros antigos, semelhantes a livros bíblicos, quer do Novo, quer do Antigo Testamento, o mais das vezes atribuídos a personagens bíblicas, mas não inspirados, como os livros canônicos, e nem sempre escritos por pessoas fidedignas, nem de doutrina segura. Os apócrifos do Antigo Testamento são chamados "pseudo-epígrafos" pelos protestantes.
Textos e versões
Todos os Padres e Doutores tiveram firmíssima persuasão de que as divinas Escrituras, quais saíram da pena dos autores sagrados, são inteiramente isentas de qualquer erro. Mas será que todas nos chegaram tais "quais saíram da pena dos autores sagrados?" Nenhum autógrafo, nem sequer do último dos autores inspirados, chegou até nós, como também o de nenhum escritor da antigüidade profana; só possuímos deles cópias remotas. Ora, os copistas não tiveram a assistência do Espírito Santo como os hagiógrafos, e enquanto copiavam à mão, era natural que se introduzissem no texto alterações de várias espécies. No longo período de 1500-3000 anos, desde as primeiras cópias até à invenção da imprensa (séc. XV), era moralmente impossível que dois exemplares de um mesmo livro, ao menos os mais extensos, fossem exatamente iguais, e Deus, que preservou de todo erro os originais dos livros sagrados, não quis obrigar-se a milhares de milagres que seriam necessários para que se conservassem intactas as cópias. Bastava conservar inalterada a substância do depósito da fé contido nos livros sagrados. E para tanto foi magnificamente providenciado, como precisamente nos ensina a história do texto.
Os textos originais da Bíblia, em particular os do Novo Testamento, são comprovados por tamanha abundância e Antigüidade de documentos, que também sob o aspecto da transmissão textual a Bíblia mantém o seu primado, o seu lugar eminente na literatura mundial. Confrontada aos mais célebres monumentos da literatura profana, tais corno as obras-primas da literatura grega e latina, ela brilha como o sol entre as estrelas. As obras de autores gregos e latinos, não raramente, nos chegaram num único manuscrito, e as mais afortunadas gloriam-se de algumas dezenas deles; os manuscritos do Novo Testamento, porém, contam-se às, centenas e aos milhares. Deles possuímos ainda códices inteiros em pergaminho, do século IV; com fragmentos de papiros podemos remontar aos séculos III e II, isto é, a menos de um ou dois séculos da morte dos autores, enquanto que para Cícero e Virgílio a distância das cópias mais antigas é de cinco ou seis séculos, para Homero de um milênio e mais. O testemunho da transmissão direta dos códices gregos é reforçado quer por antiqüíssimas versões - já no séc. II, como a antiga versão latina, quer pelas abundantes citações de escritores cristãos, a partir do séc. II. Ora, nesses antiqüíssimos testemunhos encontramos a máxima parte do texto das modernas versões. Verdade é que a própria quantidade de manuscritos (além de versões e citações) ocasionou, pela razão já dita. um número proporcionado de variantes, ou seja, de alterações; pretende-se que no Novo Testamento inteiro, em 150.000 palavras, haja 200.000 variantes, mas na maioria são minúcias que não atingem absolutamente o sentido. Ademais, a riqueza de documentação oferece à crítica meios mais eficientes para precisar o texto original. Segundo o cálculo de juizes tão competentes, sete oitavos de todo o Novo Testamento são transmitidos, concordemente, sem variantes, por todas as testemunhas. Quanto às variantes, somente a milésima parte atinge o sentido e só umas vinte assumem verdadeira importância. Nenhuma atinge a alguma verdade de fé. Auxiliados pela crítica textual podemos concluir, com os supracitados críticos, que o texto genuíno do Novo Testamento é assegurado não só na substância, mas também em quase todos os, minuciosos particulares.
Quanto ao Antigo Testamento, as coisas apresentam-se um pouco diversamente. Antes das recentes descobertas junto ao mar Morto (1947), os códices hebraicos conhecidos, não anteriores aos séculos VIII-X d.C., dependiam to. dos de uma recensão ou arquétipo do fim do séc. 1 d.C., posterior, portanto, a cinco ou mais séculos dos originais. Dessa fonte temos o texto consonântico, isto é, só as consoantes das palavras Hebraicas, segundo o uso das línguas semíticas, de não escreverem as vogais. Somente por volta do séc. VII d.C., para facilitar a leitura e para uso didático, foram inventados os sinais vocálicos e inseridos no texto, quando o hebraico tinha cessado há séculos (pelo séc. IV a.C.), de ser idioma falado. No longo período do séc. I ao X d.C., o texto hebraico foi objeto dos mais minuciosos e diligentes cuidados da parte dos rabinos, chamados massoretas (de massorá = tradição). E ao trabalho infatigável deles que se deve a conservação inalterável do texto e dos manuscritos tão uniformes que não apresentam senão caríssimas variantes e de leve monta. Também as antigas versões, com uma só exceção, quer as gregas do séc. II (Áquila, Símaco, Teodocião, dos quais contudo não nos chegaram senão fragmentos), quer a siríaca, chamada Pechitta, o Targum aramaico (também chamado paráfrase caldaica), e a latina de S. Jerônimo, sendo todas posteriores à recensão do séc. I, e dela dependentes, raras vezes supõem forma diversa do texto hebraico normal (massorético).
Tanto mais preciosa, em tais circunstâncias, é para nós a antiga versão grega, feita no Egito (mais exatamente, em Alexandria, motivo por que também é chamada "alexandrina") entre os séc. III e II a.C. Considerada até os tempos modernos como obra coletiva de setenta e dois doutos hebreus vindos para isso de Jerusalém, a pedido de Ptolomeu Filadelfo (285-247 a.C.), como narra uma pseudocarta de Aristéia, continua ainda a chamar-se a versão dos Setenta ou os Setenta (LXX). Na realidade, como mostra o exame interno, os tradutores foram muitos, traduzindo quem este, quem aquele livro, em épocas diversas, até que, reunidas as traduções, formou-se um Testamento totalmente grego, mais amplo do que o hebraico massorético, segundo o que acima foi dito. Entra aqui o testemunho - precioso pelo fato e pela época - do neto do autor do Eclesiástico, o qual, no prólogo de sua tradução da obra do avô, assevera ter ido ao Egito pelo ano XXXVIII do rei Evérgetes (cerca de 132 a.C). e ali já ter encontrado traduzidos em grego, a Lei (Pentateuco), os Profetas e os outros Escritos, isto é, as três partes em que os judeus dividem a sua Bíblia.
Assim, a versão grega dos LXX tem para nós valor de um manuscrito hebraico do séc. III a.C. ou mais antigo, representando um tipo de texto sensivelmente diferente, como o demonstra um confronto com o texto corrente na Palestina. Ela é para nós, portanto, o instrumento principal para a emenda crítica do texto hebraico. É, contudo, um instrumento de emprego freqüentemente delicado. Além de, por causa das divergências dos tradutores, alguns literais e até servis, outros mais livres, não termos um critério geral para remontar da tradução grega ao original hebraico, o próprio texto dos LXX, através de tantas vicissitudes de séculos, chegou-nos em manuscritos com tão grande número de variantes que nem sempre é fácil, entre essa selva de variantes, descobrir o texto genuíno.
Causaram enorme confusão, sem o querer, três recensões feitas no séc. III e difundidas largamente 'na Igreja grega. Um século depois, um ótimo perito e testemunha ocular dos fatos, S. Jerônimo (Prefação às Crônicas) escreve: "Alexandria com todo o Egito, nos seus LXX louva a obra de Hesíquio; de Constantinopla até Antioquia,usam-se os exemplares do mártir Luciano; as províncias situadas entre essas duas regiões lêem os códices palestinenses, elaborados por Orígenes e divulgados por Eusébio e Pânfilo; de modo que todo o orbe se debate entre esta tríplice variedade." Felizmente nos foi conservado em poucos manuscritos, sobretudo no famoso Vaticano 1209 (assinalado com a sigla B), um texto anterior àquelas recensões e por elas tomado por base, o que facilita o trabalho do crítico em busca da forma primitiva.
Todavia, o exame atento e consciencioso nos revela que também o texto hebraico usado pela vetusta versão grega já estava bem afastado da primitiva pureza e integridade, e que a maioria das alterações agora deploradas no texto massorético, já existiam nos séculos imediatos ao exílio babilônico. Faltando o apoio dos LXX para emendar um texto corrompido, não nos resta senão o recurso à crítica interna, ou seja, à reconstituição conjetural. A legitimidade e a medida da aplicação destes critérios no Antigo Testamento, provam-nos alguns capítulos que, nos próprios livros canônicos, nos foram transmitidos em dois exemplares diversos. Como, por exemplo, o salmo 18 (Vulgata 17), reproduzido em 2 Rs 22 e, no próprio Saltério, o salmo 14 (Vulgata 13) repetido com o número 53 (Vulgata 52). No tocante ao Pentateuco, além disso, temos como reforço o texto conservado entre os samaritanos, pertencente a um tipo mais antigo que o massorético, abstração feita de certos acréscimos e adaptações em favor do culto deles no monte Garizim (veja Jo 4:20). O arcaísmo do Pentateuco samaritano reflete-se até na forma de escritura que eles ainda adotam. Trata-se dum descendente direto da primitiva escrita hebraica, mais próxima das origens fenícias (e portanto também de nosso alfabeto), do que o alfabeto em uso há séculos entre os hebreus. De fato, a hodierna escrita hebraica (chamada, pela forma geral das letras, quadrada) deriva do ramo aramaico do alfabeto adotado por eles na época persa (cerca do séc. V a.C) em lugar da antiga, na qual anteriormente foram escritos os livros sagrados. No exame crítico do texto original, esta mudança de alfabeto deve ser levada em conta. É o primeiro estudo a ser feito por todo bom tradutor ou intérprete da Bíblia, como de qualquer outro livro: certificar-se da leitura genuína, isto é, das palavras exatas escritas pelo autor. "O primeiro cuidado de quem quer entender a divina Escritura [sentencia Sto. Agostinho no seu magistral De Doctrina Christiana, 1.II, c. 21] deve ser o de corrigir os códices." Traduzido em linguagem moderna pelo Pontífice Leão XIII, na encíclica Providentissimus Deus, este preceito soa assim: "Examinada com todo cuidado a leitura genuína do texto, quando for o caso, passar-se-á a sondar e expor o sentido" do texto sagrado.
A vulgata. Vulgata, por antonomásia, chama-se a versão latina em uso na Igreja latina. Ela é, em sua máxima parte, obra de S. Jerônimo, doutor da Igreja (cerca de 350-420), pois resulta da união de três categorias de livros: 1° livros que ele traduziu diretamente do texto original: todos os protocanônicos do Antigo Testamento, com exceção dos Salmos, mais Tobias e Judite; 2° os livros de uma antiga versão latina por ele revista e corrigida à luz do texto grego: os Salmos, do Antigo Testamento; ao certo os Evangelhos e provavelmente o restante do Novo Testamento; 3° cinco deuterocanônicos do Antigo Testamento, que tinham ficado na antiga versão latina, não tocados por S. Jerônimo, a saber: os dois dos Macabeus, Sabedoria, Eclesiástico e Baruc (com a Carta de Jeremias). Não é, portanto, inexato dizer que o termo Vulgata. comumente falando, seja sinônimo da versão de S. Jerônimo, denominando-se o todo pela parte principal e mais extensa.
O valor da vulgata. Entre os tradutores antigos da Bíblia, S. Jerônimo foi o último no tempo, embora o primeiro pelo mérito: não só por se ter podido valer dos trabalhos dos seus antecessores, mas sobretudo porque, pela prática constante, adquiriu domínio tal das línguas bíblicas (hebraico, aramaico, grego), que entre os antigos cristãos não se conhece igual. Acrescente-se um conhecimento igualmente único da literatura exegética, tanto judaica como cristã. Com uma bagagem de cultura literária incomum, com ótima preparação e excelentes critérios, pôs mãos ao árduo trabalho. Começou por corrigir (em Roma, em 384, a convite do papa S. Dâmaso) os Evangelhos latinos, auxiliado para isso pelos melhores códices gregos. Transferindo-se depois para a Palestina (386), com o intuito de levar uma vida de ascetismo e de estudo, estendeu o mesmo trabalho de paciente revisão, baseado no original grego, aos livros do Antigo Testamento; mas, tendo terminado uma parte deles, sobretudo os Salmos, que passaram depois à Vulgata, compreendeu que prestaria um serviço muito melhor à Igreja, fazendo uma nova versão diretamente do texto hebraico. E sem esmorecer diante das ingentes dificuldades, e sem se cansar no longo e áspero caminho, a ela se dedicou com admirável constância pelo espaço de uns quinze anos, de 390 a 404, até o acabamento feliz da obra. Não traduziu os livros pela ordem que têm no cânon. Começou com os livros de Samuel, aos quais antepôs o conhecido Prólogo galeato, que é como que o programa de toda a sua versão. Passou depois aos Salmos, aos Profetas, a Jó, a Esdras e às Crônicas, aos três livros atribuídos a Salomão (Provérbios, Eclesiastes, Cânticos). Em seguida, passando para o início, pôs mãos ao Pentateuco, e prosseguindo por Josué, Juízes e Rute, terminou com Ester. Não traduziu todos os livros com a mesma aplicação. Com maior cuidado traduziu e corrigiu (como se exprime ele mesmo) os primeiros livros, isto é, Samuel e Reis; os três livros ditos de Salomão concluiu-os em apenas três dias; o de Tobias, num dia; o de Judite, numa noite. Destas e de outras causas resulta certa desigualdade entre os vários livros, e também na unidade fundamental da versão. Em geral, tendo-se formado uma idéia clara do que queria dizer o autor sagrado, procurou produzi-la com a mesma clareza em latim, cuidando mais do sentido do que da letra, sem menosprezar a exigência da boa latinidade. Guiado por esses critérios, conseguiu imprimir à sua tradução, de modo geral, uma propriedade de sentido e uma beleza de expressão tais, que só se apreciam plenamente quando comparadas com as versões rivais gregas ou latinas, em geral rudemente literárias e bárbaras e, portanto, também obscuras. Todavia, também S.Jerônimo, especialmente nos primeiros livros traduzidos, às mais das vezes por veneração à palavra divina, não se afasta de um duro literalismo e por amor à clareza não foge de termos e construções vulgares; nos seus escritos originais brilha muito mais pela linguagem e pelo estilo.
Vicissitudes e Estado Atual. As traduções de S. Jerônimo não encontraram imediatamente no mundo latino a acolhida que mereciam. A propagação, devido em parte às dificuldades da época, foi lenta, mas em constante progresso, de sorte que dois séculos depois Sto. Isidoro de Sevilha (T 636) pôde escrever que ela já estava em uso em toda a Igreja do Ocidente, e mais tarde o renascimento carolíngio consagrou-lhe definitivamente o triunfo sobre as antigas versões latinas. Formou-se assim, entre o séc. V e o IX, a versão que, propriamente é chamada Vulgata: fundo jeronimiano com algumas partes da antiga latina, como evidenciamos acima. No curso dos séculos, porém, transmitindo-se em exemplares manuscritos, perdeu, ora mais, ora menos, da sua primitiva pureza, seja por causa dos copistas, seja por infiltrações de antigas versões. Não faltaram, de vez em quando, doutos e zelosos varões para opor-se à invasão corruptora, emendando o texto corrente a fim de reconduzi-lo à primitiva integridade. Digna de memória pelo valor dos resultados e pela influência eficaz a revisão efetuada por Alcuíno (801), ordenada por Carlos Magno. Mas nem sequer esta escapou à rápida degeneração, nem impediu que se formassem outros tipos de textos, sobretudo na Espanha e na Itália. Quando, no séc. XIII, afluíam à Universidade de Paris estudantes de toda a Europa, trazendo cada qual o seu texto bíblico, sentiu-se a necessidade, para uso escolar, de uniformizar os textos muitas vezes discordantes entre si; e isso foi feito, enxertando-se sobre o fundo alcuiniano as variantes dos outros. Originou-se daí um texto de valor discutível que, todavia, graças à enorme influência exercida pela célebre Universidade, teve grande sucesso e propagou-se por toda a Europa, primeiro em cópias manuscritas, e depois, inventada a arte tipográfica, também nas edições impressas.
Abreviaturas
Abd - Abdias profeta
Ag - Ageu, profeta
Am - Amós, profeta
Apoc - Apocalipse de são João
At - Atos dos Apóstolos
Bar - Baruç, profeta
Cânt - Cânxico dos Cânticos
Col - Epístola aos Colossenses
1Cor - 1° Epístola aos Coríntios
2Cor - 2° Epístola aos Coríntios
1Crôn - 1° Livro das Crônicas
2Crôn - 2° Livro das Crônicas
Ct Jer - Carta de leremias
Dan - Daniel, profeta
Dt - Deuteronômio
Ecl - Eclesiastes
Eclo - Eclesiástico
Ef - Epístola aos Efésios
Ex - Êxodo
Esdr - Esdras
Est - Ester
Ez - Ezequiel, profeta
Flp - Epístola aos Filipenses
Fil - Epístola a Filêmon
Gál - Epístola aos Gálatas
Gên - Gênesis
Hab - Habacuc, profeta
Hebr - Epístola aos Hebreus
Is - Isaías, profeta
Jd - Epístola de S. Judas
Jdt - Judite
Jer - Jeremias, profeta
Jl - Joel, profeta
Jó - Livro de Jó
Jo - Evangelho, de S. João
1Jo - 1° Epístola de S. João
2Jo - 2° Epístola de S. João
3Jo - 3° Epístola de S. João
Jon - lonas, profeta
Jos - Josué
Jz - Juízes
Lam - Lamentações
Lev - Levítico
Lc - Evangelho de S. Lucas
1Mac - 1° Livro dos Macabeus
2Mac - 2° Livro dos Macabeus
Mc - Evangelho de S. Marcos
Miq - Miquéias, profeta
MI - Malaquias, profeta
Mt - Evangelho de S. Mateus
Na - Naum, profeta
Ne - Neemias
Núm - Números
Os - Oséias, profeta
1Pdr - lª Epístola de S. Pedro
2Pdr - 2ª Epístola de S. Pedro
Prov - Provérbios
Rom - Epístola aos Romanos
1Rs - 1° Livro dos Reis
2Rs - 2° Livro dos Reis
Rt - Rute
Sab - Sabedoria
1Sam - 1° Livro de Samuel
2Sam - 2° Livro de Samuel
Sl - Salmos
Sof - Sofonias, profeta
1Tes - 1° Epístola aos Tessalonicenses
2Tes - 2° Epístola aos Tessalonicenses
Tg - Epístola de S. Tiago
1Tim - 1° Epístola a Timóteo
2Tim - 2° Epístola a Timóteo
Tit - Epístola a Tito
Tob - Tobias
Zac - Zacarias, profeta
Nas referências (nas notas e nas introduções) vírgula separa capítulo de versículo. Exemplo: Gên 10:15 = Gênesis, capítulo décimo, versículo décimo quinto. O ponto separa versículos quando não contínuos. Exemplo: Gên 10:15.19 = Gênesis, cap. décimo, versículos décimo quinto e décimo nono. O traço de união separa versículos quando contínuos. Exemplo: Gên 5:11-13 = Gênesis, cap. quinto, versículos décimo primeiro a décimo terceiro. Raramente, e só nas introduções aos diversos livros, o traço de união separa também capítulos. O ponto e vírgula separa grupos de capítulos e versículos. Exemplo: Mt 5:11-15; 8:12-18 = Mateus cap. quinto, versículo décimo primeiro a décimo quinto; cap. oitavo, versículos décimo segundo e décimo oitavo.
Inspiração e interpretação
As coisas reveladas por Deus, que se encontram e manifestam na Sagrada Escritura, foram escritas por inspiração do Espírito Santo. De fato, a Igreja, por fé apostólica, considera como sagrados e canônicos os livros inteiros tanto do Antigo como do Novo Testamento, com todas as suas partes, porque, tendo sido escritos por inspiração do Espírito Santo (cf. Jo 20:31; 2Tim 3:16; 2Pdr 1:19-21; 3:15-16), têm a Deus por autor e como tais foram confiados à própria Igreja. Todavia, para escrever os Livros sagrados, Deus escolheu homens, que utilizou na posse das faculdades e capacidades que tinham, para que, agindo Deus neles e por meio deles, pusessem por escrito, como verdadeiros autores, tudo aquilo e só aquilo que Ele quisesse.
Portanto, como tudo quanto afirmam os autores inspirados ou hagiógrafos se deve ter como afirmado pelo Espírito Santo, por isso mesmo havemos de acreditar que os Livros da Escritura ensinam com certeza, fielmente e sem erro a verdade relativa à nossa salvação, que Deus quis fosse consignada nas sagradas Letras. Por isso, 'toda Escritura divinamente inspirada é útil para ensinar, para argüir, para corrigir, para instruir na justiça: a fim de que o homem de Deus seja perfeito, experimentado em todas as boas obras' (2 Tim 3:16-17 gr.).
Mas como Deus na Sagrada Escritura falou por meio de homens e à maneira humana, o intérprete da Sagrada Escritura, para saber o que Ele quis nos comunicar, deve investigar com atenção o que os hagiógrafos realmente quiseram significar e aprouve a Deus manifestar, por meio das palavras deles.
Para descobrir a intenção dos hagiógrafos, devem-se ter em conta, entre outras coisas, também os 'gêneros literários.' A verdade é proposta e expressa de modos diferentes, segundo se trata de textos históricos de várias espécies, ou de textos proféticos ou poéticos ou ainda de outros modos de expressão. É preciso, então, que o intérprete busque o sentido que o hagiógrafo - em determinadas circunstâncias, segundo as condições do seu tempo e da sua cultura - pretendeu exprimir e de fato exprimiu usando os 'gêneros literários' então em voga. Para entender retamente o que o autor sagrado quis afirmar por escrito, deve-se atender bem quer aos modos peculiares de sentir, dizer ou narrar em uso nos tempos do hagiógrafo, quer àqueles que na mesma época costumavam empregar-se nos intercâmbios humanos.
Mas, como a Sagrada Escritura deve ser lida e interpretada com a ajuda do mesmo Espírito que levou à sua redação, ao investigarmos o sentido bem exato dos textos sagrados, não devemos atender menos ao conteúdo e à unidade de toda a Escritura, tendo em conta a Tradição viva de toda a Igreja e a analogia da fé. Cabe aos exegetas, de harmonia com estas regras, trabalhar para entender e expor mais profundamente o sentido da Escritura, para que, graças a este estudo de algum modo preparatório, chegue a termo o juízo da Igreja. Com efeito, tudo quanto diz respeito à interpretação da Escritura está sujeito ao juízo último da Igreja, que tem o divino mandato e ministério de guardar e interpretar a palavra de Deus.
Portanto, na Sagrada Escritura, salvas sempre a verdade e a santidade de Deus, manifesta-se a admirável 'condescendência' da eterna Sabedoria, 'para nos levar a conhecer a inefável benignidade de Deus e a grande acomodação que usou nas palavras, tomando antecipadamente cuidado da nossa natureza' (S. João Crisóstomo).
As palavras de Deus, expressas em línguas humanas, tornaram-se intimamente semelhantes à linguagem humana, como outrora o Verbo do Eterno Pai, tomando a carne da fraqueza humana, se tornou semelhante aos homens.
A inspiração bíblica, segundo o conceito católico, não é uma moção mecânica, nem um ditado, como se o autor humano fosse passivo e nada de próprio assentasse no livro inspirado. Não, a força inspiradora age no homem de maneira digna dele, condizente com sua natureza de criatura inteligente e livre. Antes de tudo, a inspiração é uma luz intelectual, que, ou descobre ao homem aquilo que antes ignorava (e então tem-se a revelação), ou com novo esplendor lhe apresenta aquilo que já sabia. Sob a sua ação, a inteligência humana não é perturbada, não perde a consciência de si, como afirmavam os antigos acerca dos oráculos pagãos; pelo contrário, é mais do que nunca lúcida e inteligente. Nem a vontade é arrastada à força contra a sua inclinação; antes, mais do que nunca livre, segue dócil e espontaneamente o impulso divino. A ação inspiradora estende-se a todas as faculdades do homem, a todas as suas ações empregadas ao escrever, até à redação completa; mas a todas e a cada uma toca e dirige segundo a natureza de cada uma e segundo a parte que tomam no trabalho complexo de escrever. Daí se segue que a inspiração não suprime nem atenua a personalidade do escritor humano, e nos vários livros da Bíblia pode-se ver refletida á índole e o estilo de cada autor.
Conclusão
De tudo o que aqui deixamos exposto, concluímos logicamente qual deve ser a nossa atitude a respeito da Palavra divina sempre "fiel e verdadeira." A fé nos faz ver que o próprio Deus, Criador e Senhor do universo é o autor de toda a Bíblia e que Ele a escreveu com imenso amor para com suas criaturas que peregrinam por este mundo para guia-las e salva-las.
A essas criaturas por todos os títulos impõe-se o espontâneo dever de ler a maravilhosa coleção de cartas que seu Deus lhes enviou.
O homem na terra é o endereçado da Bíblia. Urge que se prostre diante de Deus que dele se lembra e que lhe escreve, lendo com perfeita docilidade e adoração a sua Palavra. Urge que, sentindo-se alvo de um amor infinito, corresponda a esse amor ao menos com todo o afeto filial de que é capaz. Urge que procure na Bíblia as normas que o levem ao seu Salvador divino, Jesus Cristo, que de suas plenitudes pode encher todos os vácuos de sua alma.
Com São Paulo (Rom 15:4) todo aquele que crê pode prelibar perenemente nas muitas vicissitudes da vida terrena "as consolações das Escrituras."
Digamos à guisa de definição, que a Bíblia é um conjunto de 73 livros com vários títulos ou denominações: Gênesis, Êxodo, Levítico, Números, Evangelhos, várias epístolas etc., os quais podem ser localizados pelo índice geral dela. Divide-se em duas partes bem destacáveis: o Antigo Testamento e o Novo Testamento.
Testamento é o nome que se dá à Aliança "contraída" com Abraão e "cumprida" em Jesus Cristo. Enquanto projeção de Abraão designou-se por Antigo Testamento aos acontecimentos a ela correlatos; quando afins à Nova Aliança em Jesus Cristo, tomou o nome de Novo Testamento. É que um testamento "traz" disposições que devem ser "cumpridas" após a morte de um dos testadores, no caso, Abraão no Antigo e Jesus no Novo, "trazendo", para a Homem "cumprir", "disposições de última vontade", e "uma herança".
A Bíblia vem geralmente dividida em capítulos e versículos (vide tabela abaixo). Os capítulos são especificados por números maiores colocados num começo de narrativa parcial e os versículos por algarismos menores colocados antes das frases que compõem o capítulo. Costuma-se dar títulos aos vários capítulos, ou a trechos deles, também conhecidos por "perícopes", que foram ai incorporados pretendendo facilitar a compreensão e a localização por assuntos, mas não fazem parte integrante e indestacável do contexto.
Representação de Capítulos e Versículos da Bíblia
Costuma-se representar os livros pelas duas primeiras consoantes ou uma ou duas consoantes e uma vogal de seu nome (para evitar confusão com outro), por exemplo:
Gn para Gênesis; Ex para Êxodo; Cro (ou Cr) para Crônicas [para não se confundir com abreviatura de Coríntios - (Cor ou Co)] etc..
Os capítulos são representados pelo seu número seguido de vírgula:
Gn 1, - significa capítulo 1 do livro de Gênesis.
Já os versículos vêm geralmente após a vírgula do capítulo:
Gn 1,2 - significa livro de Gênesis, capítulo 1, versículo 2.
Quando se pretende representar todos os versículos a que se refere, usa-se separá-los por um hífen (com o significado de = até):
Gn 1,15-20 - significa livro de Gênesis, Capítulo 1, a partir do versículo 15 até o 20.
Colocando-se um ponto após o ultimo versículo e colocando-se outro número significa que se deve saltar do versículo para o outro:
Gn 1,15-20.25-26 - significa que após o versículo 20 deve-se saltar para o 25 e ler até o 26.
Pode acontecer que um versículo se componha de várias frases, designando-se então cada uma delas por uma letra do alfabeto:
Gn 1,15-16ab - significa que a citação abrange no versículo 16 apenas as duas primeiras frases.
Ainda pode acontecer que a citação tenha após o versículo um número seguido de vírgula; nesse caso se trata de referência a capítulo:
Gn 1,15-2,4a - significa que a citação vai do versículo 15 do capítulo 1 ao versículo 4 do capítulo 2, primeira frase.
Um número seguido de vírgula corresponde a
capítulo
e um número quando vem seguido de hífen, a
versículo,
e um número quando vem seguido de ponto a
versículo.
2. POR QUÊ A BÍBLIA É IMPORTANTE?
Só há uma razão pela qual se pode dizer que a Bíblia é importante, tal como São Paulo diz:
"E não somos como Moisés, que punha um véu sobre o rosto, para que os filhos de Israel não vissem o final da glória que se desvanecia; e assim o entendimento deles ficou obscurecido. Pois até o dia de hoje, à leitura do velho testamento, permanece o mesmo véu, não lhes sendo revelado que em Cristo é ele abolido; sim, até o dia de hoje, quando Moisés é lido, um véu está posto sobre o coração deles. Contudo, convertendo-se ao Senhor, é-lhe tirado o véu" (2 Co 3,13-16).
A Bíblia é importante por causa de:Jesus Cristo
Sem Jesus Cristo, a Bíblia não passa de um dos livros ultrapassados que por ai existem nos museus ou em uso nos mitos e superstições ou fossilizados.
Pode-se pretender que ela seja a Palavra de Deus. E é, mas a Palavra de Deus plenamente revelada por Jesus Cristo. Ele é a Revelação por excelência, a única Revelação do Pai;
Jesus é a Palavra do Pai
Diz-se que Jesus é a PALAVRA porque manifesta ou revela o Pai, tal como Ele mesmo o diz:
"Jesus lhe disse: "Filipe, há tanto tempo estou convosco e não me conheces? Quem me tem visto, tem visto o Pai. Como podes dizer: mostra-nos o Pai?" (Jo 14,9).
Também Paulo e João o dizem:
"Ele é a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda criatura..." (Col 1,15)
No princípio era a Palavra, e a Palavra estava com Deus, e a Palavra era Deus" (...) "Ninguém jamais viu a Deus. o Filho Unigênito, que está no seio do Pai, é quem o deu a conhecer." (Jo 1,1.18).
É essa a função da PALAVRA: tornar conhecido o que ela significa. Caso um professor permaneça em silêncio perante um grupo de alunos, eles nada saberão de seu saber íntimo, pois, sem a palavra nada se sabe. Quando ele começar a falar, a fazer o uso "da palavra", passará a ser entendido e os alunos apreenderão o que ensina, por aquilo que ele "revelar" com a sua palavra. Ora, Jesus "revelou" o Pai; logo, JESUS é a PALAVRA DO PAI.
2.1 Revelação
Já ficou claro pelo acima exposto que Cristo é a Revelação única e definitiva, e que somente aquilo que transmitiu aos Apóstolos, que nos vem pela Tradição e o Magistério da Igreja, pode-se dizer "revelado". É que, com a morte do último Apóstolo, terminou a transmissão oral da Revelação, o que se conhece por Tradição, ficando apenas o que foi deixado por eles como "depósito" (de fé), como o denominou São Paulo (1 Tm 6,20; 2 Tm 1,12-14), que compõe o Magistério da Igreja, aquilo que ela ensina. Melhor o diz o Catecismo da Igreja Católica, recém promulgado por João Paulo II:
"'Muitas vezes e de muitos modos falou Deus antigamente aos nossos pais, pelos profetas. Nestes dias, que são os últimos, falou-nos por seu Filho' (Hb 1,1-2). Cristo, Filho de Deus feito homem, é a Palavra Única, Perfeita e Insuperável do Pai. Nele o Pai disse tudo, e não haverá outra palavra além dessa. (...) A Economia Cristã, portanto, como Aliança Nova e Definitiva, jamais passará, e já não se há de esperar nenhuma outra Revelação pública antes da gloriosa manifestação de Nosso Senhor Jesus Cristo" (n.º 64-65).
2.2 Inspiração
Tal como a Revelação, também a Inspiração Bíblica já acabou. O que ilumina a Igreja em prosseguimento à Obra de Cristo (Jo 20,21) é uma especial Assistência do Espírito Santo, e não se confunde com a Inspiração Bíblica, como a própria Igreja define e explica:
"A verdade divinamente revelada, que os livros da Sagrada Escritura contêm e apresentam, (...). ...escritos sob a Inspiração do Espírito Santo (cf. Jo 20,31; 1 Tm 3,16; 2 Pe 1,19-21; 3,15-16), eles têm Deus por autor e nesta qualidade foram confiados à Igreja. Para escrever os Livros Sagrados, Deus escolheu e serviu-se de homens, na posse das suas faculdades e capacidades, para que, agindo Ele neles e por eles, escrevessem, como verdadeiros autores, tudo aquilo e só aquilo que Ele próprio queria" ("Dei Verbum" n.º 11; Catecismo. da Igreja Católica n.º 105/106).
"Por isso, a pregação apostólica, que é expressa de modo especial nos livros inspirados, devia conservar-se por uma sucessão contínua até a consumação dos tempos. (...). Esta Tradição, oriunda dos Apóstolos, progride na Igreja sob a Assistência do Espírito Santo..." (Constituição 'Dei Verbum', Conc. Vat. II, n.º 8).
O que não se deve perder de mira é que tanto a Revelação como a Inspiração foram dons ou carismas especiais de Deus para a confecção da Sagrada Escritura, e isto se deu quando dos originais, não se estendendo às traduções, aos comentários ou mesmo à exegese. Por isso, a missão da Igreja de interprete única, por causa daquele já mencionado "depósito" (da fé) que lhe é pertinente:
"O 'depósito' (1 Tm 6,20; 2 Tm 1,12-14) da fé ("depositum fidei"), contido na Sagrada Tradição e na Sagrada Escritura, foi confiado pelos Apóstolos à totalidade da Igreja. 'Apoiando-se nele, o Povo Santo todo, unido a seus Pastores, persevera continuamente na doutrina dos Apóstolos e na comunhão, na Fração do Pão e nas Orações, de sorte que na conservação, no exercício e na profissão da fé transmitida, se crie uma singular unidade de espírito entre os bispos e os fiéis.' (cfr. Catecismo 84)
'O encargo de interpretar autenticamente a Palavra de Deus escrita ou transmitida foi confiado unicamente ao Magistério vivo da Igreja, cuja autoridade se exerce em nome de Jesus Cristo' ("Dei Verbum", 10), isto é, aos bispos em comunhão com o sucessor de Pedro, o bispo de Roma" (idem 85).
Pode-se desde já perceber a importância da Tradição, que é a transmissão das verdades reveladas pelos Apóstolos a seus sucessores, no que se estrutura o Magistério da Igreja.
2.3 Tradição, Magistério e Escritura
Cristo não é um fundador de nova religião, nem o cristianismo é uma "heresia" do judaísmo. Os Apóstolos e os discípulos continuaram freqüentando o Templo e seguindo os rituais ali celebrados, até mesmo após a Sua Morte, Ressurreição e Ascensão (Lc 24,53; At 2,46; 3,1) bem como após o Pentecostes (At 2,46; 3,1...). Compartilhavam da "visão" de Jesus de que o cristianismo é o "cumprimento" do judaísmo, o seu ponto de chegada:
"Não penseis que vim destruir a lei ou os profetas; não vim destruir, mas cumprir. Porque em verdade vos digo que, até que o céu e a terra passem, de modo nenhum passará da lei um só "i" ou um só "til", até que tudo seja cumprido" (Mt 5,17-18).
Entretanto, os primeiros cristãos não conheciam o Novo Testamento tal como se conhece hoje. Quando muito haviam alguns manuscritos destinados apenas a registrar as pregações locais. Os cristãos de Roma, por exemplo, conheciam a pregação de Pedro e, possivelmente, conheciam também uma ou outra das cartas de Paulo (2 Pe 3,15-16). Vê-se facilmente que os escritos atuais dos Evangelhos são verdadeiramente o registro catequético de então, a primeira expressão da Tradição Apostólica, aqueles que foram escolhidos e aprovados entre tantos outros (Lc 1,1-2 diz "muitos"):
"A Tradição de que falamos aqui é a que vem dos Apóstolos. Ela transmite o que estes receberam do ensino e do exemplo de Jesus e aprenderam pelo Espírito Santo. De fato, a primeira geração de cristãos ainda não tinha um Novo Testamento escrito, e o próprio Novo Testamento testemunha o processo da Tradição Viva" (Catecismo da Igreja Católica, 83).
"Por isso, a pregação apostólica, que é expressa de modo especial nos livros inspirados, devia conservar-se por uma sucessão contínua até a consumação dos tempos. (...) Esta Tradição, oriunda dos Apóstolos, progride na Igreja sob a Assistência do Espírito Santo..." (Constituição 'Dei Verbum', Conc. Vat. II, n.º 8).
Informa Papias que o primeiro Evangelho foi escrito por Mateus em aramaico, que o destinou aos judeus. Vieram outros, inclusive a tradução dele para o koiné, o grego popular de então, que não eram ainda tão difundidos, nem faziam parte de um cânon definido pela Igreja. Somente algumas comunidades tinham uma espécie de compilação mais ou menos aleatória, ao que tudo indica, e não ainda de forma sistemática como hoje:
"Foi a Tradição Apostólica que levou a Igreja a discernir quais os escritos que deveriam ser enumerados na lista dos Livros Sagrados" ('Dei Verbum, 8,3). Esta lista completa é denominada 'Cânon' das Escrituras. Comporta, para o Antigo Testamento, 46 (45, se contarmos Jeremias e Lamentações juntos) escritos e 27 para o Novo:
Gênesis, Êxodo, Levítico, Números, Deuteronômio, Josué, Juízes, Rute, os dois livros de Samuel, os dois Livros de Reis, os dois Livros de Crônicas, Esdras e Neemias, Tobias, Judite, Ester, os dois Livros de Macabeus, Jó, os Salmos, os Provérbios, o Eclesiastes (ou Coélet), o Cântico dos Cânticos, a Sabedoria, o Eclesiástico (ou Sirácida), Isaías, Jeremias, as Lamentações, Baruc, Ezequiel, Daniel, Oséias, Joel, Amós, Abdias, Jonas, Miquéias, Naum, Habacuc, Sofonias, Ageu, Zacarias, Malaquias, para o Antigo Testamento;
os Evangelhos de Mateus, de Marcos, de Lucas e de João, os Atos dos Apóstolos, as Epístolas de São Paulo aos Romanos, a Primeira e a Segunda aos Coríntios, aos Gálatas, aos Efésios, aos Filipenses, aos Colossenses, a Primeira e a Segunda aos Tessalonicenses, a Primeira e a Segunda a Timóteo, a Tito, a Filêmon, a Epístola aos Hebreus, a Epístola de Tiago, a Primeira e a Segunda de Pedro, as três Epístolas de João, a Epístola de Judas e o Apocalipse, para o Novo Testamento (Catecismo da Igreja Católica, 120).
Da mesma forma que então, porque inexistente, para os católicos ainda hoje, "só a Bíblia" não é, nem pode ser, o único fundamento para a fé, eis que não se partiu dela para o que se crê. O que nela se compôs foi o então ensinado pelos Apóstolos. Por isso, fundamental ainda lhes é o conjunto formado por: Tradição + Magistério + Escritura:
"Fica portanto claro que segundo o sapientíssimo plano divino a Sagrada Tradição, a Sagrada Escritura e o Magistério da Igreja estão de tal maneira entrelaçados e unidos, que um não tem consistência sem os outros, e que juntos, cada qual a seu modo, sob a ação do mesmo Espírito Santo, contribuem eficazmente para a salvação das almas" (Constituição Dogmática 'Dei Verbum', 10)
3. ALGUMAS REGRAS PRÁTICAS
Feitas essas observações preliminares, é fundamental a todo estudioso da Bíblia algumas regras práticas que iremos apresentando à medida do desenvolvimento do curso. A primeira delas é a de se deslocar abstratamente ao tempo em que foi escrito o livro que se estuda ou se lê, não se analisando o que está escrito com o aculturamento atual, mas procurando entender bem o que se escreveu com a mentalidade de então. Outra delas é que os títulos, subtítulos e a divisão em capítulos e versículos não fazem parte do escrito em si, não são inspirados, mas foram idealizados em princípios deste segundo milênio de nossa era, para facilitar a localização, bem como a leitura, e de acordo com a divisão vigente por assunto ao tempo do criador do sistema. Por isso mesmo, nem sempre um capítulo encerra um assunto, como acontece com um livro moderno, podendo se encontrar a conclusão dele mais adiante ou em local diverso.
Além de tudo isto, é de se considerar que a Bíblia forma uma unidade total de doutrina, coerente e religiosamente muito lógica. E não se há de esquecer a necessidade de sempre se recorrer ao ensino da Igreja, que com seu "depósito" ilumina a interpretação doutrinária dos textos difíceis. Não é possível se dar ao luxo de interpretações particulares, por mais sábias que nos possam parecer (2Pe 1,20-21). Assim, é de se ler a Bíblia tal como foi ela escrita e não como se gostaria que tivesse sido composta. Qualquer originalidade pode lhe redundar em falsificação grosseira, mesmo uma simples entonação de voz que se busca interpretar. As Escrituras foram escritas ao bafejo do Espírito Santo e não Lhe pode ser atribuída qualquer contradição entre os vários livros que a compõem. Só o Espírito Santo é o interprete do que inspirou pelo que Jesus fez da Sua Igreja o único "depósito" (da Fé) (v. Catecismo da Igreja Católica, 109/119):
"E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Paráclito, que fique convosco para sempre, a saber, o Espírito da Verdade, o qual o mundo não pode receber; porque não o vê nem o conhece; mas vós conheceis, porque ele habita convosco, e estará em vós. (...) Naquele dia conhecereis que estou em meu Pai, e vós em mim, e eu em vós. (...) Mas o Paráclito, o Espírito Santo a quem o Pai enviará em nome, esse vos ensinará todas as coisas, e vos fará lembrar de tudo quanto eu vos tenho dito" (Jo 14,16-20.26)
"Ainda tenho muito que vos dizer; mas vós não o podeis suportar agora. Quando vier, porém, aquele, o Espírito da Verdade, ele vos guiará a toda a verdade; porque não falará por si mesmo, mas dirá o que tiver ouvido, e vos anunciará as coisas vindouras. ..." (Jo 16,12-15).
Pelos trechos aqui transcritos vê-se que o próprio Jesus diz que seria o Espírito Santo quem "vos ensinará todas as coisas e vos fará lembrar de tudo quanto eu vos tenho dito", "vos guiará a toda a verdade" e "vos anunciará as coisas vindouras". Assim sendo, é aquilo e somente o que foi ensinado pelos Apóstolos que permaneceu na Igreja como o depósito que São Paulo fala:
"Ó Timóteo, guarda o depósito que te foi confiado, evitando as conversas vãs e profanas e as oposições da falsamente chamada ciência; a qual professando-a alguns, se desviaram da fé. A graça seja convosco" (.I Tm 6,20-21)
"Por esta razão sofro também estas coisas, mas não me envergonho; porque eu sei em quem tenho crido, e estou certo de que ele é poderoso para guardar o meu depósito até aquele dia. Conserva o modelo das sãs palavras que de mim tens ouvido na fé e no amor que há em Cristo Jesus; guarda o bom depósito com o auxílio do Espírito Santo, que habita em nós" (2 Tm 1,12-14).
Ainda, quando Jesus estabelece o "primado" de Pedro, deixa clara a autoridade dele e dos Apóstolos com ele, quando lhes dá o poder de "ligar e desligar", eis que estará sempre presente, "no meio deles":
(A Pedro) "Disse-lhe Jesus: Bem-aventurado és tu, Simão Barjonas, porque não foi carne e sangue que to revelou, mas meu Pai, que está nos céus. Pois também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela; dar-te-ei as chaves do reino dos céus; o que ligares, pois, na terra será ligado nos céus, e o que desligares na terra será desligado nos céus" (Mt 16,17-19)
(A todos os Apóstolos 'reunidos' junto com Pedro) "Em verdade vos digo: Tudo quanto ligardes na terra será ligado no céu; e tudo quanto desligardes na terra será desligado no céu. Ainda vos digo mais: Se dois de vós na terra concordarem acerca de qualquer coisa que pedirem, isso lhes será feito por meu Pai, que está nos céus. Pois onde se acham dois ou três reunidos em meu nome, aí estou eu no meio deles" (Mt 18,18-20)
Além disso, essa Sua presença entre os Apóstolos, fica mais clara e eficaz ainda quando diz que "estarei convosco, todos os dias, até a consumação dos séculos". É que bastaria ter dito "estarei convosco", mas acentua acrescentando "todos os dias" e, ainda ratifica "até a consumação dos séculos". Confirmando tudo isso, vai Marcos nos informar que "quem crer (na pregação da Igreja) e for batizado será salvo, mas quem não crer será condenado". Ora, quando Cristo afirma ser condenado quem não crê na pregação é afirmar a infalibilidade da pregação e a eficácia da Assistência do Espírito Santo, e quando o diz aos Apóstolos somente, di-lo à Igreja, depositária do que ensinaram:
"E, aproximando-se Jesus, falou-lhes, dizendo: Foi-me dada toda a autoridade no céu e na terra. Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a observar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos" (Mt 28,18-20)
"E disse-lhes: Ide por todo o mundo, e pregai o evangelho a toda criatura. Quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será condenado" (Mc 16,15-16)
(Lc 24,27"E, começando por Moisés e por todos os profetas, interpretou-lhes em todas as Escrituras o que a ele dizia respeito. (...) '...era preciso que se cumprisse tudo o que está escrito sobre mim na Lei de Moisés, nos Profetas e nos Salmos.' Então abriu-lhes a mente para que entendessem as Escrituras" (Lc 24, 27.44-45)
"Já não vos chamo servos, porque o servo não sabe o que faz o seu senhor; mas chamei-vos amigos, porque tudo quanto ouvi de meu Pai vos dei a conhecer" (Jo 15,15).
Outro fator importante a observar é a da sucessão apostólica na Igreja, para o exercício do mesmo múnus, com os mesmos dons apostólicos, também ratificado na Escritura:
"Irmãos, convinha que se cumprisse a escritura que o Espírito Santo predisse pela boca de Davi, acerca de Judas, que foi o guia daqueles que prenderam a Jesus; pois ele era contado entre nós e teve parte neste ministério. (...) É necessário, pois, que dos varões que conviveram conosco todo o tempo em que o Senhor Jesus andou entre nós, começando desde o batismo de João até o dia em que dentre nós foi levado para cima, um deles se torne testemunha conosco da sua ressurreição" (At 1,16-22).
Por outro lado, também São Paulo afirma que Tiago, Pedro e João são "colunas da Igreja" (Gl 2,9). Ora, esse fato corrobora a existência de hierarquia no Colégio Apostólico, até mesmo ao tempo de Cristo, eis que somente eles foram testemunhas de alguns acontecimentos importantes tais como a Ressurreição da filha de Jairo (Mc 5,37), a Transfiguração (Mc 9,2), a Agonia do Monte das Oliveiras (Mc 14,33), e recomendados ao silêncio a respeito até a ressurreição (Mc 5,43; 9,9), o que evidencia o motivo de serem considerados "colunas". Ambas, a sucessão e a hierarquia, evidenciam a presença da sucessão apostólica caracterizando a autenticidade do Colégio Apostólico Católico e do "depósito da fé":
"E, aproximando-se Jesus, falou-lhes, dizendo: Foi-me dada toda a autoridade no céu e na terra. Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-as em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a observar todas as coisas que eu vos ordenei; e eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos" (Mt 28,19-20).
Outra observação que se deve fazer num começo de estudo da Bíblia é com base na já mencionada coerência que deve ter tudo o que se deduz com a totalidade dela, donde a necessidade de sintonia das conclusões com todo o seu conteúdo. Sempre se buscará, por isso, confirmação na própria Bíblia daquilo que se concluiu ou se encontrou, ou também no magistério da Igreja, detentora da Tradição, a única interprete autorizada por Cristo, como acima se viu.
E é bom nunca se perder de vista que a maioria dos escritos do Novo Testamento, principalmente os Evangelhos, foram escritos para o uso de pessoas que já conheciam todo o tema que abordam em seus mínimos detalhes, não lhes sendo necessário esclarecimentos e explicações como para nós, que desconhecemos os pormenores, os quais estão na Tradição e Magistério da Igreja.
AUTO-AVALIAÇÃO
O que é a Bíblia?
Como seria a representação de Gênesis, capítulo 25, para se ler do versículo 1 até o 15, saltar para o 29 e ler até o 34, letra c?
A Bíblia é importante? Por quê?
É certo dizer que Jesus é Palavra? Por quê?
Existe alguma revelação nova nos dias atuais? Explique.
A Inspiração é faculdade ou dom de todas as pessoas? Explique.
Cada um pode interpretar autenticamente a Sagrada Escritura? Explique.
O que se entende por Tradição, Magistério e Assistência do Espírito Santo na Igreja? Descreva-as e destaque as suas diferenças. Existe alguma relação entre a Escritura, a Tradição e o Magistério da Igreja? Qual? Explique.
“Como foi possível que o Verbo de Deus, permanecendo em sua essência e nada apresentando de mutável, pôde sofrer algo da vida humana pela natureza inferior assumida?”
“O que o imundo espírito não podia sofrer, visto carecer de corpo mortal.”
“Santo Agostinho –*A Trindade* livro IV,18”
“Existe, uma natureza incriada que criou a todas as outras naturezas, pequenas e grandes,
superior sem dúvida, a todas as criou e assim,
superior à natureza racional e inteligente,
isto é, alma humana, que foi feita à imagem daquele que fez.
E esta natureza superior a todas as outras é Deus”
“É nele, com efeito, que temos a vida, o movimento e o ser” At 17,27
Santo Agostinho – A Trindade * (livro XIV - 16)
“A Trindade Interior”
“Recordação, conhecimento e amor de si,
sempre existente na alma”
“Quando a alma se pensa, ela se dobra sobre si mesma,
e então se produz uma trindade,
na qual já se pode perceber o que seja o verbo.
Este recebe sua forma no ato mesmo do pensamento.
A vontade enlaça esse verbo à memória.
E é aí que de preferência é preciso
reconhecer a imagem que procuramos”
Santo Agostinho – A Trindade * (livro XIV - 13)
ANALOGIA DA TRINDADE
“O Amor, o Amado e o Amante”
“O que são os três? Pois sabemos que são três:”
‘Pai, Filho e Espírito Santo’
“O Pai é sempre fonte, origem de toda a divindade,
de todas as coisas”
“O Filho é sempre aquele que vem do Pai.
É gerado por Ele desde sempre”
“Não foi criado, pois isso suporia um tempo em que não existiu.
Mas Ele existe desde sempre, desde sempre gerado pelo Pai”
“O Espírito é o sopro de amor do Pai e do Filho.
É como que o suspiro de amor
que procede do abraço dos dois”
*Santo Agostinho* – A Trindade
“DOGMA DA TRINDADE”
“O amor de Deus foi derramado em nossos corações
pelo Espírito Santo que nos foi dado”
“O que os olhos não viram, os ouvidos não ouviram e o coração do homem
não percebeu, foi isso que Deus preparou para aqueles que o amam”
“Deus porém, o revelou a nós pelo Espírito. Pois o Espírito sonda todas a coisas, até mesmo as profundidades de Deus. Quem conhece a fundo a vida íntima do homem é o espírito do homem que está dentro dele. Da mesma forma, só o Espírito de Deus conhece o que está em Deus”
“Quanto a nós, não recebemos o espírito do mundo, mas o Espírito que vem de Deus, para conhecermos os dons da graça de Deus” 1Cor 2,9ss
"Ofereça a Deus um sacrifício de confissão”
O que é a Verdade?
“A Verdade não é uma idéia,
um conceito ou um estado da mente,
mas esta manifesto em uma pessoa divina”
“Olhe para dentro de você,
para que serve a Verdade de fato?”
“Só a Verdade nos tornará homens, homens livres!”
“O homem não encontra a Verdade,
é a Verdade que encontra o homem”
“Por que a Verdade é á Pessoa
é Jesus Cristo o Filho de Deus!”
*Santo Ambrósio – Santo Agostinho*
“SANTO AGOSTINHO”
“E O DECLÍNIO DO IMPÉRIO ROMANO”
“SANTO AGOSTINHO”
“O mais santo dos humanos e o mais humano dos santos"
“Tu és Pedro... A Minha Igreja”
“A única Igreja instituída por Jesus Cristo”
Misericórdia, misericórdia, misericórdia eu te peço meu Senhor...
"Se alguma coisa não estiver conforme à doutrina da Santa Igreja Católica, será por ignorância, não por malícia. Pela bondade de Deus, sempre estou, estive no passado e estarei no futuro sujeito a Santa Igreja. Seja ele sempre bendito e glorificado!"
Amém! Amém! Amém!
* De Santa Teresa D’Ávila*
"Livro Castelo Interior ou moradas" * Prólogo 4*
Que o Senhor esteja a tua Frente para te Conduzir...
Ao seu Lado para te Acompanhar...
Dentro de Ti para te Iluminar...
Atrás de Ti para te Proteger...
Sobre Ti para te Abençoar...
Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo
Amém! Amém! Amém!
Quando ninguém mais me escuta, Deus ainda me ouve. Quando já não posso falar com ninguém, nem invocar mais ninguém, a Deus sempre posso falar. Se não há mais ninguém que me possa ajudar, por tratar-se de uma necessidade ou de uma expectativa que supera a capacidade humana de esperar, Ele pode ajudar-me. Se me encontro confinado numa extrema solidão, Deus ainda me ouve. Deus ainda me ouve. Deus ainda me ouve... O orante jamais está totalmente só...
“O homem foi criado para uma realidade grande, ou seja, para o próprio Deus, para ser preenchido por ele...”
O desejo de Deus está inscrito no coração do homem, já que o homem é criado por Deus e para Deus; e Deus não cessa de atrair o homem a si, e somente em Deus o homem há de encontrar a verdade e a felicidade que não cessa de procurar
“Deus, por meio do seu poder que age em nós,
pode realizar muito mais do que pedimos ou imaginamos” Efésios 3,20