A Gaudium ET Spes – constituição pastoral sobre a Igreja no mundo atual -, quantitativamente o maior documento do Concílio Vaticano II, demonstra que a Igreja não se preocupa apenas consigo mesma, mas também com o mundo onde ela deve estar presente para que efetive o projeto de Deus. O seu parágrafo inicial é muito citado, porque revela a solidariedade existente entre a Igreja e o povo de Deus: “As alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias, sobretudo dos pobres e dos que sofrem, são também as alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias dos discípulos de Cristo”.
“Sentir com o mundo, fermentar o mundo para transformá-lo em reino de Deus, é a vocação da Igreja e Jesus”. A Gaudium ET Spes nasce do seu olhar para for inerente ao cristianismo, a religião do Deus encarnado em todos os contextos históricos. Faz uma análise da época, chegando a esta conclusão: “Assim o mundo moderno se apresenta ao mesmo tempo poderoso e débil, capaz de realizar o ótimo e o péssimo, por quanto se lhe abre o caminho da liberdade ou da escravidão, do progresso ou do regresso, da fraternidade ou do ódio”.
Atentos aos problemas da modernidade, os padres conciliares discutem os temas mais vulneráveis do nosso tempo, posicionando-se sempre a favor da justiça e do bem comum. A dignidade da vida e do ser humano, os direitos humanos, os avanços da ciência e da técnica e a ética individualista estão presentes na Gaudium ET Spes, que procura lançar uma luz obre esses temas, a fim de que a liberdade e o amor sejam suportes de uma nova história. Insistindo na comunhão entre a igreja e o mundo, esse documento propõe a autonomia das realidades temporais, o que não significa a sociedade agir à revelia dos princípios cristãos.
“Na verdade, Jesus é o Senhor da vida e da história, a referência maior para a caminhada da humanidade na meta da unidade e da paz”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário