“Quando a inteligência da fé olha um tema à luz de Maria,
coloca-se no centro mais íntimo da verdade cristã” (Verbum Domini 27)
Diante dessa afirmação, extraída do referido documento, fica claro que não era possível a ausência de Maria no Vaticano II. Não é sem razão que ela é o conteúdo do capítulo VIII da Lumem Gentium, constituição dogmática sobre a Igreja. A influência de Nossa Senhora no Grande Concílio Ecumênico Vaticano II é lembrada pelo papa Bento XVI na celebração do quadragésimo aniversário de seu encerramento, quando afirmou que “uma moldura mariana circunda o concílio, na realidade é muito mais do que uma moldura: é uma orientação de todo o seu caminho”.
Logo no início do citado capítulo é reforçado o dogma da maternidade divina, quando se lê: “Pois a virgem Maria, que, na anunciação do anjo, recebeu o Verbo de Deus no coração e no corpo, é reconhecida e honrada como verdadeira mãe de Deus e do Redentor”. Mais adiante a Lumem Gentium sublinha: “Quis, porém, o Pai das misericórdias que a encarnação fosse precedida pela aceitação daquela que era predestinada a ser mãe de seu Filho, para que, assim como a mulher contribuiu para a morte, a mulher também contribuísse para a vida”. Tal contribuição é exaltada quando o documento afirma “Deus não se serviu de Maria como de instrumento passivo, mas julgam-na cooperadora para a salvação humana com livre fé e obediência”.
O concílio não se esquece da figura de Maria na vida eclesial, ao proclamar que “a bem-aventurada Virgem está também intimamente relacionada com a Igreja”
Estamos no mês Maio, especialmente consagrado pela religiosidade popular ao culto de Nossa Senhora. Uma leitura ou releitura da Lumem Gentium é válida meditação para estas semanas. Nela encontramos o mistério mariano revelado a partir da sua fonte perene e interpretado conforme as circunstâncias atuais.
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