Tarde te amei, ó beleza tão antiga e tão nova! Tarde demais eu te amei! Eis que habitavas dentro de mim e eu te procurava do lado de fora! Eu, disforme, lançava-me sobre as belas formas das tuas criaturas. Estavas comigo, mas eu não estava contigo.
Retinham-me longe de ti as tuas criaturas, que não existiriam se em ti não existissem. Tu me chamaste, e teu grito rompeu a minha surdez.
Fulguraste e brilhaste e tua luz afugentou a minha cegueira. Espargiste tua fragrância e, respirando-a, suspirei por ti. Eu te saboreei, a agora tenho fome e sede de ti. Tu me tocaste, e agora estou ardendo no desejo de tua paz.
Entrei no meu íntimo
Sob tua guia e o consegui
Porque tu te fizeste meu auxílio
Entrei e vi com os olhos do coração
A luz imutável forte e brilhante
Que conhece a verdade
Conhece esta luz
Ó eterna verdade
Verdadeira caridade
Tu és o meu deus
Por ti suspiro dia e noite
Desde que te conheci
E mostraste-me então quem eras
Iradiastes sobre mim a tua força
Dando-me o teu amor
Tarde te amei, tarde te amei
Ó beleza tão antiga e tão nova
Eis que estavas dentro e eu fora, e eu fora
Seguravam-me longe de ti as coisas
Que não existiriam senão em ti
Estavas comigo e não eu contigo, e não eu contigo
Chamaste, clamaste por mim e afugentaste minha surdez brilhaste,
resplandeceste sobre mim
Lançando para longe minha escuridão
Exalaste perfume e respirei
Tocaste-me e ardi por tua paz.(2x)
Santo Agostinho de Hipona
Nenhum comentário:
Postar um comentário